Diário Primata / DIAS LONGOS E LONGOS DIAS / por Miguel Brambilla

DIAS LONGOS E LONGOS DIAS por Miguel Brambilla – 12/04/2024

É uma época diferente. Acredito que em nenhuma época da história a mente humana produziu e divulgou tanta informação. Não leremos todos os livros disponíveis, não veremos todos os filmes clássicos e nem mesmo os de baixa qualidade, não ouviremos todas as músicas, não leremos todos os artigos. E mesmo que só façamos isso o dia inteiro, fiquemos consumindo informação, vozes, histórias, memórias e distopias, nem mesmo assim, num intervalo de uma vida longa, cem anos talvez, não faremos tudo.

Eu não sei se estou perto de algum tipo de chegada na vida, enquanto os anos passam. A transformação de ontem, não corresponde bem a atualização dos programas mentais de hoje e aí, perdemos o foco muitas vezes da direção em que estamos indo, pela simples hiperatividade necessária para fazer todas as coisas e ainda estar no presente.

Para que escrever mais, se não lemos tudo? Por que falar mais, se tantos falam coisas boas e também tanta lorota, em todos os sentidos e todos fazem crentes fiéis, fundamentalistas, gênios ou idiotas? Nada sei sobre o amor que deve mover-me para mais tolerância com relação ao que aconteceu nos passados que não são os meus. Nada mais me faz sentir a própria hipocrisia, quando instantaneamente, queremos não nos apaixonar ou esperamos oportunidades para saber se o coração está vivo, até quando não queremos mais e os controles então já sumiram.

Tudo parece bem, tudo parece em paz, e tudo está equilibrado demais ao longo de um longo dia, ou dos dias longos que nem sempre se mostram transparentes e quase nunca são.

Então os relógios param para que tentemos nos explicar, enquanto o corpo não espera. Quando entendemos o que queríamos dizer, as vezes parece tarde demais, e é impossível voltar sem se irritar ao verbo “tínhamos que ter feito tal coisa”. Se isso é recorrente, ou somos fracassados, indecisos, covardes ou idiotas, ou estamos querendo não repetir os mesmos erros.

É bastante tedioso achar que tudo são verdades e que as verdades filosóficas são absolutas. Tudo está certo, por que não há alternativa para que se observem os ângulos poliédricos de um Universo que de tão infinito, o que é um fórceps na palavra infinito obviamente, enfim, deixando-nos vazios de medo, pela distância que estamos do mistério de tudo que criou e da Fé que não se esclareceu totalmente em nós.

Como obesos que pensam que seus estômagos são infinitos, jogamos para dentro do cérebro notícias, palavras, explicações nem todas com sentido, e no coração, emoções descarrilhadas quase que sem querer, como crianças mimadas que cresceram dentro do trem fantasma.

Qual o peso da responsabilidade, se tudo pode estar ali, nas curvas das leis do carma, ou no efeito de tantas causas perdidas?

Quem pensa nisso no dia a dia, senão apenas quando o drama se apresenta além das telas do noticiário, que enquanto passar a dor alheia, de nada nos afeta, mais do que um tedioso comentário?

O conforto é uma “zona”, na zona de conforto, por que por ganância, aprendemos tantas habilidades adaptativas que agora nenhuma delas quer desaparecer e todas pedem exercício, alimentação.

O tempo de uma estrela, não é o mesmo do que um pedaço de pão. O sol e o girassol, não são passíveis do mesmo tipo de explicação, e enquanto meus dedos se movem sobre o teclado e meu cérebro divaga para o próximo jantar, escrever torna-se quase uma exalação glandular, da inquietude do meu cérebro, hiperativo pela força mental, onde atrás de todo esta máquina, este hardware, gatinha meu espírito pensante, brincando de resolver alguma coisa que valha a pena

Logo ali adiante. (…) Esqueci o que pensava por que dormi escrevendo e o tempo de antes se foi.

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