Artigo / A armadura invisível da pele /

Grasiela Monteiro – Dermatologista

Dra. Grasiela Monteiro – foto Rafael Sartor

Desde a antiguidade, o ser humano busca meios de resguardar a pele do sol. Do azeite aplicado pelos gregos em 500 a.C. ao primeiro filtro solar no fim dos anos 1940 – após Guerra Mundial para proteger os soldados das graves queimaduras solares – as fórmulas e matérias-primas têm evoluído nos níveis de proteção. Filtros solares hoje fazem parte de batons e maquiagens, mas nem toda inovação tem sido suficiente para nos blindar dos raios ultravioletas que causam câncer de pele e a destruição das fibras de colágeno e elastina, o que contribui para o envelhecimento precoce e a formação de rugas e manchas.

Um estudo publicado em novembro do ano passado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que 700 mil casos de câncer surgirão por ano entre 2023 e 2025. Desses, o câncer de pele representa o de maior incidência, cerca de 31,3%. 

Uma das soluções mais estudadas e recomendadas na atualidade são os protetores orais, cápsulas que prometem ampliar as defesas cutâneas de dentro para fora, mas, no entanto, não devem substituir o filtro solar convencional e muito menos serem lembradas apenas no verão. Essas pílulas geralmente contêm ingredientes como Polypodium leucotomos – uma samambaia encontrada na América Central –, vitamina C e E, entre outros compostos que ajudam a fortalecer a resistência aos danos causados pelo sol, a neutralizar os radicais livres gerados, fortalecendo as defesas naturais do maior órgão do corpo humano, a pele. A eficácia desse método, contudo, pode variar de pessoa para pessoa, e a consulta a um dermatologista é essencial antes de incorporá-las à rotina.

O ideal é que se use o filtro solar diariamente e faça a ingestão das cápsulas. Essa combinação irá ajudar de forma mais completa para a prevenção do melasma e do envelhecimento precoce, além de reduzir as chances do desenvolvimento de câncer. Além de seu poder antioxidante, o fotoprotetor solar via oral inibe enzimas que degradam o colágeno, o que contribui para a redução de rugas e mudanças na textura da epiderme. Precisamos aliar várias estratégias para garantir uma proteção abrangente.

Cientistas têm se debruçado sobre a melanina, o pigmento natural que nos defende dos raios solares, para o desenvolvimento de um bloqueador ainda mais potente. Inclusive, uma versão sintética está em pesquisa pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos. As opções para evitar as agressões cometidas pela exposição frequente ou exagerada ao astro-rei devem se expandir a longo prazo. Mas, por ora, a prudência sugere não esquecer em casa o bom e velho protetor solar, chapéu ou boné, os óculos de sol, roupas com fator de proteção e evitar exposição solar entre as 10h e as 16h. Lembre-se: sua pele é valiosa e os cuidados adequados podem ajudar a mantê-la radiante e saudável.

Divulgação Sabe Caxias:

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