Artigo- Processo de solidão – Uso demasiado de celular

Como terapeuta de práticas integrativas de saúde, faço atendimentos em consultório. Torna-se muito fácil constatar que os consulentes, mesmo estando ao lado dos familiares, seja cônjuge, pai, mãe, namorado, namorada, enfim, permanecem se sentindo sozinhos. Daí vem à tona a questão da era tecnológica que tem tomado muito tempo das pessoas, que não têm mais limite ao uso do celular.

Exemplos básicos: no jantar, o celular está ao lado; quando vai dormir, o celular também está ao lado. Logo, as pessoas não criam hábitos diferentes, e isso vai distanciando-as de familiares dentro da própria casa e aproximando daquelas que estão longe. Seguindo esta linha de pensamento, percebe-se que o contato físico não acontece mais e as pessoas se sentem só.

E a solidão vai gerando tristeza, vai acumulando, somatizando, até que chega o fim dessas relações, ou pela doença física, que acomete 80% dos brasileiros hoje e das pessoas do mundo, que é a própria depressão; ou pelo afastamento e pela busca constante por outras pessoas externas, ou seja, ocorre uma substituição de pessoas para cumprir o papel daqueles que a gente tem e não se reconhece mais dentro de casa.

As pessoas são insubstituíveis, mas, às vezes, devido à solidão, é comum ocorrerem substituições por outras. Ouço depoimentos de algumas que vão para o trabalho na tentativa de haver substituição de irmã/irmão; outras para determinado lugar para substituir mãe, pai, namorado etc. Só que a solidão interna permanece.

No entanto, é possível de ressignificar e colocar cada pessoa no seu devido lugar. Para isso, precisamos criar hábitos novos, como lembrar do primeiro momento de conquista que tivemos com uma pessoa, das memórias boas que tivemos com os pais ou com os filhos; criar rotinas físicas, mesmo dentro de casa; guardar os aparelhos; desligar a TV e ter momentos de conversas; alinhar planos, objetivos, sonhos juntos para que se possa fazer, diariamente, um pouco mais para se chegar mais perto, porque tudo o que se distancia, por muito tempo, fica mais desafiador para juntar depois.

Caroline Loureiro Prado

Terapeuta, idealizadora do Método Ressignificar Quântico

Divulgação Sabe Caxias:

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