Crônica Espírita : “Deus escreve certo por linhas tortas”, uma história além do acaso…

Esta é uma história de fé, de reflexão e de aprendizado sobre os desígnios de Deus. Resolvi escrevê-la por gratidão e para dividir com quem se interessa pelo assunto espiritismo e os desígnios de Deus de forma a registrar um fato pitoresco que aconteceu comigo nesta semana, última semana do mês de junho de 2023.

Vou trocar os nomes por que a história é real. Vou escrever em dois tempos. Primeiro contando os fatos. Depois analisando os fatos do ponto de vista espiritual. O que eu tenho a certeza absoluta depois do que vivi intuitivamente e registro agora é que o bem sempre chega onde deve chegar, mesmo por caminhos imperfeitos.
Era para ser uma terça-feira comum na rotina da família. Levantamos todos, cada qual no seu horário.

O dia porém seria estranho. As gatinhas já tinham aprontado e feito necessidades fora da caixa de areia. Talvez não fosse o melhor sinal. O medo de que as novas convivas, ainda não treinadas com a rua fujam é bem grande, principalmente para que viveu a tragédia da outra felina, desencarnada. Vai para suas atividades insegura, lágrimas. Tudo passa, a vida segue por que o tempo não para. Mais ou menos por volta de onze horas da manhã, do nada a Internet parou de funcionar. Pagamento em dia. Protocolo um, uma inteligência artificial atende e não resolve.

Protocolo dois, modem desconfigurado do “nada”, promessa de contato técnico até as 19 horas. Empresa parada, vida analógica. Bicicleta, livro físico, trabalho doméstico, exilado do mundo digital. Dezoito horas e nada de técnico. Protocolo 3, uma funcionária mau preparada, não soube resolver. Procolo 4, depois de muitas conversas, 40 minutos de telefone e finalmente, modem configurado. Atrasado para o evento saio, mantendo a força da paciência no coração. A volta é ameaçadora. Cheiro de drogas na vizinhança, mãe maltratando o filho aos berros, não respeita a chegada e provoca discussão. Duas vezes. “O que estão olhando:” grita, sem saber , por que sem luz, não tinha como saber que ninguém olhava para os seus maus tratos com o jovem de doze anos. O cheiro de drogas no ar é forte.

A noite passa, quarta-feira pela manhã, havia a necessidade de um deslocamento diferente. Levar a esposa há um local diferente de trabalho, com dificuldade de estacionamento, sendo que normalmente ela usa o próprio carro. Sem consultar a agenda, esqueci completamente de dois eventos marcados naquele dia. Sai com roupas comuns, inapropriadas para um evento, com a intensão de levar o carro na oficina. Ao lembrar que a agenda da empresa marcava dois eventos na quarta pela manhã, e eu escolheria o mais longo, que seria das 08:30 às 11:00 horas num local da cidade bem distante do segundo, acabei optando pela opção B da agenda. Em outra direção totalmente oposta da primeira. A opção B seria o acaso?

Levei o carro ao mecânico, voltei ao escritório, estendi a roupa no varal. As relações públicas do evento A, ainda me assediavam para que eu fosse. Daria tempo. Estava ótimo. Degustação de chocolates. Fui para o evento B, na direção oposta, num shopping da cidade onde moro. Marcado para as 10:00 horas da manhã, com prazo de encerramento para 11:30, daria para aproveitar bem um bom café, boa música, amigos e sair em tempo de buscar a filha na escola.
Normalmente costumo aproveitar estes eventos até o final praticamente, ou seja, tinha tempo para sair as 11:20 do local do evento, desfrutar bem mais e buscar a filha com calma, estaria tudo dentro do planejamento. Porém….

10:50…resolvi me retirar….”Vou buscar minha filha na escola, peço licença…” Meu carro estava estacionado em frente ao hotel, ao lado do shopping, fora do estacionamento. Seria muito mais fácil e rápido ir pela via principal, a faixa, até o bairro da escola, sem desviar por dentro. Mas….eis que entrei na primeira saída de forma “distraída” e mudei a direção. Ainda pensei: “por que vim por aqui, se por lá era bem mais fácil? Já não valia a pena voltar, as ruas do bairro foram me jogando mais para dentro, por que não valia a pena o retorno. Acabei na rua em direção a saída que cruza a avenida perimetral para acessar outro bairro. Acaso?

Neste caminho, se passa em frente à casa de um bom amigo do meu pai. Meu pai que desencarnou já há uma década. Duas casas de sua casa e também trabalho está a sinaleira, decida de morro, sinal verde. Normalmente não teria vontade de parar. Porém….pensei….Vou parar, abrir o vidro e buzinar para o amigo do pai….Ele estava na porta da sua empresa…não percebi nada até então…mas….

Oi amigo? Como vai? –
Ele me reconheceu. Veio até a janela do meu carro, parado no meio da rua. Sem movimento neste instante. Conversamos um pouco. Ele pergunta: – como está tua mãe, tuas irmãs…teu pai era boa praça….
-Estão todos bem.. e você? Pergunto
-Aconteceu uma tragédia comigo. Minha filha de 21 anos se suicidou. Tinha depressão. Fazem sete meses. Um dia estamos bem, outros não….disse com lágrimas nos olhos.

Vou contar esta história para sempre. Nunca tinha vivido assim, tão claramente a força de Deus que procura a dor para levar o bem, por vasos tortos e impuros como eu.
Consolei como pude o amigo de meu pai e meu amigo. Também sou pai. Também sou filho.

-Pense nela bem quando chorar. Vocês não tem culpa. A morte não existe. Sinto muito. Você sabe que sou espírita. Como é o nome dela? – Em nenhum momento pedi detalhes da morte da moça.
Nas quartas-feiras sempre vou ao centro espírita onde trabalho. Acaso? A senhora que coordena o passe não foi neste dia. Caiu para mim fazer as orações de passe. No final, no encerramento oramos pelos suicidas especialmente neste dia e pela moça. Emoções afloraram. Feitos os devidos registros para irradiação e consolo da família, seguimos o trabalho.
Deus, que nunca responsabilizei por nada que fiz, apareceu nas orações desta família? Talvez. O trabalhador impuro do espiritismo, em expiação, prova e resgate, feliz, por que se foi assim, mesmo sem ser um espírita exemplar, tenho certeza que o consolo chegou a essa família. Me emociono quando escrevo. Acaso….?
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Parte 2 – A mesma história, considerando o invisível.

Eu sou médium intuitivo, sofri graves processos de obsessão na adolescência. O Espiritismo me curou, mas eu não me curei…trabalhando de forma instável até uma parte da vida…as velhas obsessões voltaram vinte anos depois. Deus ,Jesus, o Espiritismo novamente me salvaram. Foi a segunda chance. Mesmo crítico, mesmo arrogante, orgulhoso, me curvei desta vez aos desígnios da mediunidade e como lesma em poça de sal, seco e me contorço para sobreviver mais um pouco neste momento de transição.

Psicografo de forma polidextra, ou seja, com as duas mãos de forma normal e especular, espelhada. As vezes faço alguma exposição. A pandemia fez-me mudar de horário para a tarde das quartas-feiras. Fazemos estudos e participo dos passes e ainda falto as vezes e ainda indisciplinado oro quase sempre de forma conveniente, com alguma gratidão, mas sempre com algum tipo de bloqueio que me faz meio São Tomé.

Fazemos o Evangelho no Lar mas mesmo assim, sempre sinto uma força oscilante que me obriga a me esforçar na balança da fé.
O que aconteceu então nesta semana, do ponto de vista espiritual?
Nesta minha balança de busca de amadurecimento espiritual, tenho me esforçado para manter alguma boa serenidade e sensatez. Oramos no domingo, agradecemos, vida que segue. Na terça-feira ainda disse: -“Tem dias que o pé esquerdo levanta primeiro”….Ouço agora a voz dos zombeteiros senhores do mal provocando brigas: -“Gatinhas, façam o cocozinho fora, vai dar stress…kkk, vai baixar a vibração, quando ele acordar ele briga, por que é metido a justiceiro e chefão, vai se posicionar e ao criarmos um problema doméstico, ele não vai ajudar, por que ela é nossa, não merece respeito. Ele costuma se meter onde não deve.

Se acha o bonzão”….dizem os sombrios guardiões do mal, ladrões de ectoplasma, vampiros das sombras que entram pelas portas e janelas abertas, na distração do cansaço da rotina. Quando pequenos detalhes de uma administração qualquer, quebra de rotina ou algo diferente, geram nervosismo, ansiedade, desamor e ira, sumiu a gratidão e a medida da dor, por que neste mesmo dia, poderia se ver nos noticiários, por escolher, uma infinidade de tragédias bem piores do que o cocô das gatas fora do lugar.
A rotina do dia seguiu até a Internet cair as onze horas da manhã. Mas…neste caso, sem acaso.

A pedido das orações que chegaram para a moça que desistiu de forma precoce e trágica da encarnação, deixando o drama vivo e fervente ao seu redor em todos os planos, os mentores da família passaram a buscar os caminhos possíveis. Deus, autorizando a mudança dos destinos, sem interferir do livre-arbítrio, precisava de um dos seus mais desleixados operários, no caso, eu. Sem Internet hoje em dia, e numa empresa de comunicação, não passamos de amebas analógicas. Zumbis da vida real fora do Metaverso ou do Multiverso. Ainda no caso do modem desconfigurado, no protocolo último, de quarenta minutos do setor avançado, pedi para a gentil moça: -Por que isso acontece?

Desconfigurar o modem do nada? – Ela, que me atendeu de forma remota, falando ao telefone de uma cidade distante, que nem sei qual é, somente uma voz que me pediu números de série, modelo e agiu no silêncio da minha ignorância no fornecimento da vida digital da minha casa e da minha família respondeu com a leveza de um hacker legal que resolveu meu problema com êxito pensando: “sou do suporte avançado”, ou seja, para pessoas especiais, não para brasileiros que brigam horas como eu para receber o que seria por direito.

E a resposta sobre o modem desconfigurado foi simples: -Não sei. Ninguém sabe. Essas coisas acontecem. É falha no sistema. Poço ajudar em algo mais? Obrigada, boa noite.” Fim. E eu…feliz em parte, ainda ignorando o dia seguinte…sai para meu compromisso deixando a família com Internet e uma penca de trabalhos atrasados….Mas meu livre arbítrio ainda estava sobre a influência da teia divina, por uma fração pequena de boa intenção que talvez ainda eu carregue e já aproveito para pedir para Deus que assopre em mim essa chama.

Na manhã seguinte então, eles agiram em outro ser humano da família que talvez carregado de pressões diversas, não suportou pacientemente, encontrar logo após o primeiro dejejum o fétido excremento das gatas, e com ânsia e ira, atirou para todos os lados….e os obsessores gritavam nos ouvidos dele…Fala…fala, diziam dois seres maltrapilhos que trabalhavam em troca de fluídos de qualquer coisa que o corpo pudesse oferece….”Ninguém te ajuda…só você ganha dinheiro e quer ser rica….olha quanto você trabalha e os artistas aí….eles podiam ajudar com as gatas, mas só reclama….e você ainda tem que passar com dor o dia todo enfrentando aquele povo chato e aquela gente exibida…você não merece isso…grite…”

E assim foi…Resumindo.
Voltando ao modem. Não foi o “sistema”. A física quântica já é conhecida nos planos espirituais e usada há muito tempo. Psicometria, precognição, profecias são ciências, não milagres. Alguns aparelhos imitam isso. Não foi difícil para os técnicos do astral, no caso eu intuo, da casa espírita onde trabalho, acionados pelo poder das orações com fé e dor dos pais aflitos, pedindo socorro Divino para sua caçula, agindo nos departamentos do alto.
-A Casa Espírita estava fechada no plano físico. Mas no astral nunca para. Lembrando que os nomes são fictícios, vamos chamar de Irmão Francisco. Ele é um anjo da guarda católico. Trabalha na igreja que a família frequenta e o padre aconselhou orações e coragem para os pais. Eles, pessoas simples, seguiram as orientações do padre e mesmo desorientados, com todo amor oraram. O Irmão Francisco foi autorizado pelo coordenador daquela paróquia no plano espiritual, há procurar uma casa espírita. A moça estava em sofrimento profundo, desesperada. As vezes com o pai, as vezes com a mãe, as vezes presa no túmulo, as vezes com pesadelos horríveis, afastando monstros ao seu redor que lhe mordiscavam as carnes vivas e doloridas.

-Precisamos da ajuda dos irmãos espíritas, disse o Irmão Pedro, mentor daquela paróquia no astral como dissemos para o Irmão Francisco que estava encarregado daquele caso. Nossas portas estão cheias desse desespero. Felizmente aqui no astral imediato não temos essas divisões dogmáticas e vemos o que outros da nossa religião não conseguem enxergar. Vá a casa espírita, por que sem socorristas noturnos, seres especializados de outras falanges que nos tem ajudado na figura de São Jorge, não poderemos resgatar esse espírito que deserta jovem, mesmo com seus méritos. A ordem vem do mais alto e se decanta pela vontade de Deus que nos ama e é a misericórdia infinita, sabemos.

O Irmão Francisco, colocou o capuz de sua batina de frade franciscano e contatou então os socorristas espíritas da casa espírita que já tinha ajudado aquela paróquia em vários outros momentos, quando a fé e a dor dos parentes, amigos ou até conhecidos de outras vidas era forte e o espírito que fugia da encarnação tinha algum merecimento a mais que a misericórdia e o perdão de Deus.
-Bem vindo Irmão Francisco. Que bom ver o amigo trabalhando. Que bom que nos visita aqui e nos ajudamos mutuamente neste astral tão dinâmico e intenso, principalmente nestes momentos de Transição Planetária, com tantas tragédias acontecendo. Vejo sua luz aumentando irmão, mesmo que tentes escondê-la com esse belo e humilde capuz que lembra nosso querido São Francisco. Estamos prontos para servir com vocês, disse o plantonista Antônio, que era responsável pelo departamento de socorros complexos e urgentes da Casa Espírita.

-Pois então irmão Antônio. Temos mais um caso de suicídio de uma pessoa jovem. Tem sido muito comuns nesta era de ilusões digitais o irmão bem sabe. Então, recebemos profundas orações de dor e sofrimento, mas com muita fé de um casal de pais amargurados, que perderam a filha mais nova, de apenas 21 anos, para essa tragédia chamada depressão, que é uma doença que se espalha como pandemia silenciosa e quer retira a força de viver das pessoas, que esquecem-se na carne que somos imortais filhos de Deus. Nossa paróquia recebe essas orações. Temos na figura do Irmão Pedro despachado quase como vocês o que é possível no plano espiritual. Temos hospitais para os irmãos católicos que desencarnam e esperam o purgatório, o céu ou o inferno. Nos apresentamos transfigurados com a liturgia da fé que eles professaram toda a vida com sinceridade, mesmo com os milenares defeitos da Igreja de Pedro, que deve se reconciliar com os dogmas da reencarnação em breve, bem o sabemos. Mas isso ainda deve levar ainda algum tempo, talvez num processo de transição de mais dois ou três Santos

Padres, tem nos dito os Irmãos Paulinos desencarnados, responsáveis pela nova futura fé da nossa Igreja. Por hora portanto, nossas ferramentas ainda são primitivas, mas a aproximação com os amigos espíritas no astral, tem nos dado muita felicidade e por isso aqui estou. Recebemos por oração a missão de socorrer essa moça que está neste processo de terrível pesadelo pós suicídio e abreviar esse sofrimento. Até por que, o desespero dela e tamanho e os pais sentem tanto quando ela se aproxima, que correm o risco de repetirem o tresloucado gesto ou, ela, em busca de alívio, sabendo nós que a dor iguala a dor pela lei dos semelhantes, a dor que iguala, não alivia, mas conforma pela cumplicidade, ela tem, no astral, se atraído por outros jovens com o mesmo tipo de pensamento e os sombrios seres das sombras, que já não tem esperanças de permanência neste planeta, já certos do seu novo exílio planetário, porém ainda gozando de certa dose de liberdade, ainda tentam roubar e usar as energias descontroladas deste dínamo de vida imortal que é o espírito, mesmo que em implosão temporária de emoções pela morte precoce. Vampiros astrais rondam o cadáver, casca sagrada do espírito e também desta moça que precisa urgente da misericórdia. O que podemos fazer meu amigo?

Antônio, sentindo a força das vibrações desesperadas do caso chegando para serem transmutadas, controlou a emoção e as lágrimas de empatia. Já fora pai, já fora filho, lembrava algumas vidas e sem julgamento, imediatamente elaborou um plano e descreveu para o Irmão Francisco que ajudaria.
-Bem querido irmão….Nossa casa tem podido felizmente nos aproximar. Sabemos que não existem médiuns perfeitos, vamos trabalhando com as ferramentas tortas que temos, sem julgar e acreditar que Deus age por nós. Os obsessores da moça já nos cercam, cercam nossos médiuns. Esperemos que a fé deles também seja mais forte e consigamos intuir o movimento. Será preciso que um médium encarnado saiba o que está acontecendo e traga, como transporte, o espírito da moça, servindo também de barreira para os obsessores. Terá que doar ectoplasma para as armas físicas de defesa e ainda ter força para vir a casa, por que de todo o jeito, os obstáculos vão aparecer. Um caso como esse, para o astral inferior é de grande valia e como tem ficado cada vez mais raro, por que Deus solicita minimizar esse sofrimento nessa era de transição, teremos que ter força dinâmica de transformação e acreditar.

Temos um bom médium porém de disciplina vacilante. Com ótimo conhecimento, trabalho o mínimo necessário, como se numa metáfora com um cartão de crédito, pagasse apenas o mínimo do cartão, e se refinanciasse todo o tempo de suas dívidas maiores.
-Parábolas modernas, respondeu o Irmão Francisco sorrindo para o companheiro socorrista do astral. Não eram católicos e espíritas trabalhando juntos no astral. Eram dois espíritos eternos em dois momentos de evolução que interpenetravam pelo amor, sabendo que Deus É um Só.

-Teremos que tirar esse irmão da sua rotina. Somente mudando sua lógica de trabalho e direção, ele irá encontrar “por acaso”, esse pai sofredor, que ele conhece também. Será uma soma de intuições. Precisamos mantê-lo minimamente calmo para que ele que é bastante sensível e ainda intimamente violento em seus pensamentos e vontades, apesar do controle, mantenha-se livre da ira. Foi guerreiro em muitas vidas, político e artista, famoso em algumas, luxuriento em todas, criativo, tenta se recuperar das suas muitas quedas na doutrina espírita. Foi calmo na infância, mas na adolescência foi terrível e as duas forças ainda vibram dentro de seu coração, conforme os desafios e testes que enfrenta. O principal deles, o ego inflado por sua versatilidade em muitas áreas, as dificuldades econômicas e o ciúmes que o torna insensível para os outros e egoísta para os seus. Humano. Os obsessores dele, ainda não convencidos de sua conversão à Jesus, seguem na espreita de um vacilo, para recuperar o velho companheiro de várias épocas. Ainda está no risco, por isso encarnado e forte. Não toma nem aspirina. Vai viver cem anos como planejou. Talvez noventa, por já ter queimado uma parte dos fluídos, enfim….

-Como faremos isso Irmão Antônio?
-Bem…Usaremos a mesma ferramenta que tanto bem faz, e também o mal, pelo seu mau uso. Uma simples descarga elétrica e um pequeno curto circuito provocado no modem que dá acesso a Internet fará com que ele desconfigure. Como as empresas são grandes e lentas, é importante que ele com passes, se mantenha positivo e calmo ao tratar do assunto, mas que as ligações sejam dirigidas para pessoas diferentes e que a matemática do processo atrase seu trabalho suficientemente, para que ele escolha o segundo compromisso da agenda dessa quarta-feira e não o primeiro, o que fará com que ele mude a direção. Para controlar as ligações, como tudo são pulsos magnéticos, cada vez mais astralizados, basta influenciar a origem da ligação para que caia nas pessoas certas. Mas no final, não deixar que ele desista e que tente resolver. Importante que ele resolva até o fim do dia, por que se tiver que ficar esperando na quarta feira pela manhã, não vai chegar ao pai sofredor e desesperado.
-Isso não afeta o livre arbítrio que vocês tanto presam? Perguntou o Irmão Francisco.

-Influencia sim. Mas a decisão final sempre é de quem é influenciado. Se existe influencia para o mal, também existe para o bem. Ele poderia ter brigado com a família pela manhã. Foi firme mas tentou pacificar em todos os lados. Está amadurecido neste sentido, por que fracassou uma vez já nesta vida, fora as outras. Sabe como é ficar solitário e sabe os compromissos que tem neste sentido, apesar de não estar com 100% de aproveitamento e dando trabalho em algumas áreas. Poderia ter se enfurecido com os protocolos da empresa que atendeu mal. Quase. Foi firme, resolveu pedalar e estudar e manter-se calmo. Está aprendendo que não controla tudo. A vibração estava boa. Resolveu de forma saudável, apesar das críticas. Fez o mesmo no dia seguinte. Estava estranhamente tranquilo. Não percebeu que afastamos todos os maus pensamentos de sua mente e recebeu passes o tempo todo para ficar calmo. Podemos então convidá-lo com uma vontade de ir embora mais cedo do evento, enquanto outros irmãos mantinham o pai da moça pegando sol na porta da empresa, sem ter vontade de entrar. Fazia dias que ele não ficava ali. Normalmente sentado no escritório ou dentro de casa, deixando o funcionário trabalhar. Mas o sol estava bom e ele ali estava. Passes e orações de consolo ao irmão que lembrava da filha querida, amada caçula.

Ao pensar fortemente na filha, Deus permitiu que o amor abrisse caminho nas sombras e ela ali estivesse quando nosso médium passou. A sinaleira a 30 metros verde. Mas ele tinha tempo. Começamos a colocar lembranças do pai do médium antes. Eram amigos. O próprio médium considerava os amigos do pai. Não pararia normalmente, devido a correria do dia, o atraso do dia anterior, a queda da internet. Mas, uma forte vontade em parar. – Pare e pergunte como ele está….veio a sua mente….Não custava. Parou.

A filha querida, que estava na aura do pai, imediatamente se abraçou ao ectoplasma do médium encontrando alívio temporário. Os passes da nossa equipe continuaram para que o médium não se deprimisse….-Pense no amor filho, perdoe, ame….
O doutor Paulo Frutuoso disse em uma de suas exposições. “Sem perdão não tem evolução”. Lembre-se. Solte o fardo.
Devia para uma irmã, R$ 25 reais de um vidro de mel da semana passada. Ela não enviara a chave pix. Teria que levar o dinheiro. Seria feio faltar. Não era só isso. Era bom trabalhar. Estudar. Tinha muito atraso, verdade. Notas fiscais, propostas, cobranças, a rotina da empresa, edições, ensaio, o mato ao redor da casa. É indisciplinado nosso irmão.

Os passes calmantes continuaram. Ele precisava ir. Não comeu carne. Almoça normalmente pouco.
A moça que não vou avançar na descrição do seu estado espiritual neste momento, ao encontrar o consolador “colchão astral”, conseguiu por alguns momentos, após passes, esquecer de si mesma, dormir. Os socorristas levaram-na para o tratamento. Seria logo, mas eficaz. Estamos numa época difícil, de fim de ciclo. Normalmente os suicidas de hoje se arrependem praticamente na hora da morte, quando vislumbram a repetição do erro e rompendo as barreiras da carne, relembram imediatamente o astral inferior que já viveram muitas vezes, querendo voltar, na maioria das vezes tarde demais, mas Deus É Pai. O conforto chega com brevidade nas almas cansadas de si mesmas em um mundo sofrido.
As lágrimas de Deus São Sóis Plantados no Universo Infinito.
Estranhamente aqueles velhos pais dormiram naquela noite como não acontecia a muito tempo. O Irmão Francisco os pegou pelas mãos logo após o desprendimento do sono, e os levou até a Casa Espírita, na parte da UTI Socorrista, onde a moça dormia serena, magnetizada por sonhos bons e da infância com o amor dos pais. Eles puderam vê-la descansando, socorrida. O futuro seria difícil, mas para Deus Tudo É Possível. A vitória é certa e o consolo também. Acordaram com a lembrança de um sonho bom, que duraria mais tempo que outras vezes. Dores ainda viriam, saudades, mas as visitas astrais seriam recorrentes.

Os dois amigos astrais, o mentor espírita e o frade católico se abraçaram e choraram.
-Meu querido amigo Francisco, quanto aprendemos da bondade de Deus. Nosso irmão encarnado, médium, ainda luta contra seus atrasos. É a canga de todo encarnado sabemos. Que Deus o ajude também. Nós aqui, um degrau de distância, poderíamos estar juntos. Vemos porém, o irmão transitar pelo mundo espírita e católico, sem misturar sincretismos e dogmas, mas entendendo que são árvores diferentes do mesmo jardim. Se não cair pela vaidade, será no futuro um pontilhão o seu trabalho, para irmãos que ainda misturam a fé cristã e se confudem muito por várias razões que não nos cabe.

-Verdade Antônio. Aqui vemos o mesmo Deus agir na sua Casa Espírita, na nossa Igreja e já vimos em outros templos. Nos socorristas da Umbanda que com seus espíritos cavalarianos romanos ou templários de outras épocas ou vigilantes egípcios, ajudam a disciplinar e não combater as sombras onde a luz ainda não penetrou. Conseguimos entrar no cemitério, retirar o espírito da moça dos despojos com a licença daqueles que se julgam donos e com a força do amor paternal e da oração, somadas a misericórdia divina. Mas, não fossem esses trabalhadores das vibrações que mantém a disciplina nas dimensões, o faixa de luz de tele-transporte astral, seria atacada, esburacada, como guerreiros que furam as estradas, destroem pontes para vencer guerras. Assim vamos avançando aos poucos, lentamente. Mas o que são séculos diante do infinito? Nada. Por isso a esperança é o que nos resta não é?
-Sim, sempre Francisco. E o que dirá nosso irmão médium que gosta de dar seus “pitacos” filosóficos em tudo? Sempre amou ser lembrado depois da morte do corpo, sempre sonhou com a fama e a glória, por isso se sente exilado quando está anônimo. Desta feita, talvez mais resignado quem sabe.

Eu desdobrado, ouvia conversa e o risinho camarada e simpático dos irmãos que me ajudaram a ajudar alguém. Disse para eles o que achei então.
Moral da história: Deus que é Pai, sabe onde está escondida a dor nos corações de seus filhos. Através de seus próprios filhos imperfeitos, envia na direção da tragédia, o consolo da esperança simples e maravilhosa, de que a vida é continua e que o amor nunca se perde. Nesta certeza, a confiança na vida, se torna também, maravilhosamente infinita em nossos corações, pela certeza de um Deus Tão Bondoso e Amigo. Amém e que assim seja.
Obrigado Senhor.

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