Governo, CIPAVES e forças de segurança alinham estratégias para ações com a comunidade escolar

Encaminhamentos partiram da escuta e acolhida a demandas, dúvidas e sugestões levadas à Prefeitura por representantes de 71 instituições de ensino

Foto: Elisabete Bianchi

Representantes das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e de Violência Escolar (CIPAVES) de 71 Escolas de Ensino Fundamental (EMEFs) de Caxias do Sul atenderam ao convite feito pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SMED), e levaram suas demandas, dúvidas e sugestões em torno de cenários de complexidade apresentados nas últimas semanas para escuta e acolhimento das equipes de governo e forças de segurança com atuação no município.

Do alinhamento encaminhado durante o encontro realizado segunda-feira (17) pela manhã no Centro Administrativo, saíram estratégias para ações imediatas e perenes com a comunidade escolar. O objetivo consiste em fomentar e preservar um ambiente tranquilo e adequado para o trabalho de educadores e servidores e para o aprendizado de crianças e estudantes envolvidos pela Rede Municipal de Ensino (RME).

“O momento é de confiar nos órgãos de segurança, que estão trabalhando, estão agindo, já tem gente presa, já tem gente investigada. Vamos construir este pensamento juntos, para que voltemos à normalidade o mais rápido possível. Estamos priorizando o assunto, fazendo muitas conversas internas e encaminhamentos. Todos temos de ter este cuidado. É um trabalho coletivo e que não envolve apenas a parte pública. Somos pais, avós e também estamos preocupados e podemos e devemos ajudar fazendo a nossa parte enquanto família. De antemão, agradecemos e confiamos na atuação de nossos educadores. As CIPAVES de Caxias do Sul são exemplo de organização, trabalho e dedicação. Não por acaso, outros municípios já vieram copiar o nosso modelo”, conclamou o prefeito Adiló Didomenico.

Entre outras novidades, uma cartilha específica de orientação de identificação de possíveis ocorrências e encaminhamento de denúncias para as forças policiais já estava em elaboração pela SMED e chegará às equipes diretivas das escolas municipais junto com o Ofício Circular, nesta quarta-feira (19).

“São orientações para todos os públicos atendidos na escola, com linguagem simples, voltada a alunos e professores, trazendo os canais de comunicação, para que todos tenham essa informação e possam estar tranquilos. Nós, como profissionais da educação, já temos esta certeza, mas temos que continuar dizendo: a escola é um lugar seguro. A escola, para muitos, é o lugar mais seguro que eles têm. A escola, ao longo dos anos, já tem uma história de trabalhar contra os crimes de internet, contra o bullying e em favor da valorização da vida. Muitas vezes, isso parece batido no entorno da escola, mas acaba se refletindo em nosso cotidiano. Esta cartilha será mais uma forma de tentarmos ajudar e estarmos disponíveis. Para que todos saibam o que fazer, quando fazer e para quem dirigir quando necessário”, revelou a secretária municipal de Educação, Sandra Negrini.

 

Rondas integradas por todo território do município

Em uma reunião de pré-alinhamento, realizada minutos antes do encontro com as CIPAVES, cada uma das entidades parceiras falou o que já estava fazendo, o que vem fazendo e o que já estava planejado, no sentido de dar mais tranquilidade a professores, estudantes e familiares. Além de integrantes do governo, o grupo reuniu representantes de Guarda Municipal, Brigada Militar, Batalhão de Bombeiros Militares, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Escola Pública de Trânsito e Liga da Defesa Nacional.

“A orientação é que as pessoas não repassem ameaças ou mensagens de cunho duvidoso. Enviem estes materiais aos órgãos de segurança. O trabalho de inteligência já está sendo feito por Brigada Militar e Polícia Civil, estamos trabalhando diuturnamente com a Guarda Municipal, apurando diversos fatos em andamento. Já houve pessoas presas em Caxias do Sul, com autuação em flagrante e recolhimento ao sistema prisional. Somos pais, avós, entendemos o medo neste momento. Mas é por isso que estamos trabalhando de maneira integrada para levar tranquilidade à população, especialmente à comunidade escolar. Em caso de qualquer ocorrência, o atendimento será imediato, além do patrulhamento normal que já está em curso”, explicou o secretário municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto Rosa da Silva.

Outra decisão anunciada no encontro é que a estratégia de monitoramento especial da rede de educação não termina dia 20. O acompanhamento específico prosseguirá por mais tempo, inclusive com o sistema de rondas integradas – ou seja, há otimização de recursos e equipamentos, evitando redundâncias: as viaturas e efetivos se distribuem por várias escolas, de forma a cobrir o maior território possível entre todas, sem deixar nenhuma de fora.

 

Alto preço das interrupções na jornada letiva de crianças e estudantes

Como a situação envolve menores de idade, também foi reforçada a exigência de cautela adicional por parte de todos os envolvidos, sejam forças de segurança, professores ou familiares. A recomendação é de não nutrir preconceitos ou agir de forma afobada diante de qualquer sinal de anormalidade. Atenção e cuidado em primeiro lugar.

“Cuidar de crianças e adolescentes é obrigação de todos. Eles são todos vulneráveis. E alguns são mais vulneráveis do que outros”, observou a secretária municipal de Educação, Sandra Negrini.

Diante da previsão de um absenteísmo acentuado na quinta-feira (20), até em função da véspera de feriado, a orientação é para que pais e responsáveis não deixem de enviar suas crianças e estudantes às escolas. Educadores são unânimes em apontar o alto preço cobrado por interrupções no ciclo de aprendizagem. O desgaste extremo provocado por dois anos de pandemia, até agora deixa sequelas no cotidiano de quem precisa aprender e principalmente, ensinar.

“Há situações com as quais estamos acostumados e lidamos o tempo todo nas escolas. Mas essa movimentação toda em redes sociais potencializa o sentimento de insegurança. Precisamos agora fazer o contrário e sensibilizar as pessoas para a segurança. Convidar os pais e familiares a circular pela escola, se aproximar, conhecer o ambiente. A hora é de acolhimento. Enfrentamento, neste momento, não ajuda em nada”, destacou o diretor da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Tancredo de Almeida Neves, do Loteamento Belo Horizonte, Vagner Peruzzo.

Momento de união

Referencial de segurança, as CIPAVES vêm trabalhando junto às escolas de maneira ativa e preventiva, de modo a fortalecer o pertencimento no território. No início de cada ano letivo, é enviado à gestão das instituições o Formulário Diagnóstico de Vulnerabilidades Sociais da Comunidade Escolar, que como o próprio nome sugere, identifica as vulnerabilidades que ocorrem no território. Após este mapeamento, é possível elaborar projetos de prevenção de acordo com as especificidades locais, propor atividades de integração entre escola e comunidade e como estabelecer parcerias com os colaboradores do programa.

Ao sentir-se pertencentes ao próprio contexto, os estudantes se tornam agentes promotores de uma cultura de paz. Neste sentido, desde a retomada das aulas presenciais, após a pandemia, as CIPAVES de Caxias do Sul têm investido com ênfase no trabalho de fortalecimento dos Grêmios Estudantis, buscando proporcionar espaço para a constituição do protagonismo dos próprios alunos. O trabalho ocorre por meio de Missões que chegam às escolas, onde os Grêmios são convidados a desenvolver atividades temáticas com os demais estudantes. As Missões são propostas a partir da análise das demandas vindas das unidades escolares e recebidas pelo setor. A Comissão de Paz da CIPAVE também promove e assessora a facilitação de Círculos de Construção de Paz nas escolas, em conjunto com os professores da Rede Municipal de Ensino (RME) que possuem a formação, subsidiando estes profissionais com momentos de estudo.

Além do caráter preventivo, também há o caráter reparador. Considerando o momento de insegurança emocional que se abateu sobre a cidade nestes últimos dias, a CIPAVE organizou uma série de lives intitulada Reflexões e Resiliência sobre a Vida, que está disponível ao público em geral no canal de youtube da SMED e traz como temas estruturantes: segurança emocional, segurança tecnológica e cidadania digital.

“Que bom se as coisas boas corressem tão rápido quanto as ruins. Mas o mundo apresenta situações que nos ensinam que a solução passa pela união entre todos. Neste momento, cabe a nós sermos o continente de todas essas famílias. De fato, não é só agora, mas agora enfrentamos a potencialização do medo pelas redes sociais. Mas vamos enfrentar”, finalizou a vice-prefeita Paula Ioris.

 

 

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