Mais uma ferramenta em saúde // Dr. Stephen Stefani Médico oncologista e pesquisador da Oncoclínicas RS

A possibilidade de usar inteligência artificial no cuidado extremamente personalizado, mirando características específicas de cada doença, tem criado uma expectativa consistente desde que o tema começou a pautar incontáveis publicações em todas as áreas, especialmente a saúde. Avanços em toda a ciência estão concretizando essa promessa, incluindo um refinamento tecnológico com rapidez impressionante.

A partir de uma grande quantidade de dados e após inúmeras camadas de processamento de informação, um computador aprende, por si mesmo, a executar tarefas semelhantes, ou até melhores, às dos seres humanos (chamado de deep learning) e se auto adaptam a mudanças (machine learning) que estão muito presentes na literatura médica. E não é somente um cenário hipotético. Em diagnóstico e na construção de tomada de decisões que envolvem algoritmos, já existem resultados com desempenho comparável à de experientes médicos especialistas. Com aumento da capacidade de processamento dos computadores, se vislumbra viabilidade de identificação de alterações em exames de sangue ou tecidos muito antes do que é perceptível pela cognição humana.

Parece fascinante, mas abre várias questões práticas e éticas. A começar, nenhuma máquina vai responder bem se a pergunta não é boa. Em sistemas de saúde fragmentados e com importante carência de informação uniformizada, é possível que as incertezas sejam ainda muito altas. Em cenários ideais, sistemas de coleta de dados de forma padronizada deveriam ser instalados e validados ainda antes da aplicação de ferramentas de inteligência artificial.

A possibilidade de termos grupos de pacientes subrepresentados é enorme, uma vez que grande parte das investigações científicas são com norte-americanos e europeus, brancos e com acesso a toda jornada de assistência médica. Um estudo realizado nos EUA tentou usar inteligência artificial para correlacionar gastos com remédios com o estado de saúde. Como os negros gastavam menos, o algoritmo concluiu erroneamente que eles eram mais saudáveis. O cenário, evidentemente, mostrou é a relevante iniquidade de acesso ao invés de saúde. Os negros gastavam menos porque tinham menos recursos!

Para prevenir esses vieses, é imperativo que se invista esforços em treinamento e integração na agenda da saúde. É uma agenda já tão testada e combalida, mas que não pode se dar ao luxo de não acompanhar os largos passos que a tecnologia nos apresenta.

 

Sobre o Grupo Oncoclínicas

A Oncoclínicas – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.600 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 133 unidades em 35 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

 Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos no acesso ao tratamento oncológico, realizando mais de 500 mil procedimentos no último ano (2022). É parceira exclusiva na América Latina do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MEDSIR, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.

Divulgação Sabe Caxias:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *