Inverno aumenta em até quatro vezes busca por tratamento de varizes

Dr. Vinícius Lain explica que, mesmo não sendo o problema vascular de maior gravidade, doença é a que mais acomete a população. Cerca de 70% dos pacientes que chegam ao consultório do especialista em Caxias do Sul sofrem com os sintomas

Entre as doenças vasculares, as varizes são as que mais afetam a população. Estudo da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) mostra que 38% dos brasileiros sofrem com a doença, sendo encontrada em 30% dos homens e 45% das mulheres. Quanto mais idoso, também maior a prevalência, sendo que 70% das pessoas acima dos 70 anos podem ter varizes.

No consultório do médico cirurgião vascular Vinícius Lain, em Caxias do Sul, de cada 10 pacientes, sete a oito se queixam de varizes. De acordo com o especialista, que é professor do curso de medicina da UCS, no inverno a procura para resolver o problema também aumenta, já que as baixas temperaturas são favoráveis para os tratamentos clínico e cirúrgico. Durante a estação, são operados de três a quatro vezes mais do que em outros períodos.

“Aqui na Serra, como o verão e o inverno são bem distintos, o benefício de operar no inverno é que não tem exposição solar. Quando indicado o procedimento cirúrgico, por questões estéticas, pedimos para o paciente não se expor à radiação solar por 60 dias. No pós-operatório ainda é preciso usar uma meia elástica por um mês, o que acaba sendo mais confortável no inverno do que no verão”, explica Dr. Vinícius Lain.

As varizes são dilatações das veias nas pernas, nas coxas e nos pés, podendo ser de pequeno, médio ou de grande calibre, e mais comuns a partir dos 30 anos. Os fatores de riscos para o desenvolvimento são predisposição genética, sexo feminino, idade e obesidade. É mais corrente também em pessoas que trabalham muito tempo paradas de pé ou sentadas, pelo fato de ficarem sem mexer a bomba da musculatura. Para prevenir o problema, é preciso ter uma alimentação saudável e praticar exercício físico regular.

Apesar de não ser uma doença vascular grave, quando não tratada, as varizes podem evoluir para tromboflebite (coágulos inflamatórios), que podem estar associadas à trombose venosa profunda. Porém, normalmente, as varizes estão mais correlacionadas a questão estética e ao desconforto de peso nas pernas.

“A população brasileira presta bastante atenção, não só do ponto de vista funcional mas também estético. Algumas varizes podem doer e outras serem simplesmente estéticas. Mas os sintomas em ambas incluem a sensação de peso nas pernas, inchaço e percepção de que o membro inferior está mais quente durante à noite”, elucida o médico cirurgião vascular.

Dr. Vinícius Lain conta que os populares cremes para varizes não resolvem e nem são indicados para tratar a doença: “Na melhor das hipóteses, ele tira apenas a sensação de peso do final do dia, pois são cremes que geram o resfriamento da pele”, pondera.

Os tratamentos para varizes podem ser clínicos ou cirúrgico e dependerão da avaliação de cirurgião vascular. No caso clínico, ele é feito com o uso de meias elásticas e algumas medicações que aliviam a sensação de peso, mas as veias não desaparecem. Para o desaparecimento das veias, são recomendados a cirurgia ou os tratamentos menos invasivos, como o uso da espuma.

“A espuma é indicada em pacientes mais idosos, onde o risco da cirurgia é maior do que o benefício, ou quando não se tem o objetivo estético. Sempre que tiver a finalidade estética, mediante avaliação médica, a cirurgia de varizes acaba sendo a mais indicada”, esclarece o professor de medicina da UCS.

Dentro das cirurgias de varizes, é possível realizá-la de forma tradicional, onde a veia é removida; por termo ablação, que é o uso de laser; por radiofrequência, para fazer a cauterização da safena; ou ainda a associação entre elas. O procedimento minimamente invasivo é feito em ambiente de centro cirúrgico, demora entre 1h e 1h30 min e o paciente vai para a casa no mesmo dia. A cirurgia, quando indicada, é oferecida pelo SUS e pelos convênios de saúde.

“A recuperação mais rápida é quando tem indicação de uso de radiofrequência dentro da cirurgia. É possível ainda associar a escleroterapia, que é a secagem das veias, dentro da cirurgia, tendo uma potencialização do resultado estético. Uma vez tiradas as varizes, elas não podem voltar. Mas como existe uma pré-disposição ao aparecimento dos vasos, com o passar dos anos, outras veias podem se dilatar”, afirma Dr. Vinícius Lain.

Metade das mulheres sofrem com vasinhos

Apesar de muitas pessoas acreditarem que as varizes são consequência do agravamento da telangiectasias, conhecida popularmente de vasinhos, Dr. Vinícius Lain explica que são doenças diferentes, mas que boa parte da população compartilha do mesmo aparecimento.

“Os vasinhos são dilatações de veias bem fininhas. Não significa que o paciente que tem vasinhos vai ter varizes, mas 49% das mulheres apresentam vasinhos e 27% já apresentam varizes, veias mais calibrosas que precisam de tratamento cirúrgico. A partir dos 20, 25 anos já começamos a ter o aparecimento deste tipo de patologia”, contextualiza o médico, lembrando que a receita para prevenir os vasinhos também está diretamente ligada aos exercício físicos, perda de peso e alimentação saudável.

Além dos membros inferiores, os vasinhos são bastante comuns no lado do nariz, às vezes embaixo da costela e na barriga. Nestes casos, especialmente os de face, é mais recomendado tratar com laser transdérmico do que com a aplicação de escleroterapia, que são injeção de medicamentos dentro das veias para a secagem deles. Ambos os procedimentos são realizados em consultório.

“Ainda é possível associar as técnicas, melhorando bastante o resultado estético”, finaliza Dr. Vinícius Lain.

Divulgação Sabe Caxias:

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