Reflexões de férias: os contrastes do mundo / por Miguel Brambilla

O célebre e louco Raul Seixas, amado e odiado por muitos até hoje, profundamente respeitado por este que escreve, não suportou a própria sensibilidade e se entregou as fugas naturais e tenebrosas dos hiperativos, os vícios. Uma de suas frases geniais porém, deveria ser lembrada como um quadro da ironia social mundial que se aprofunda ao longo do avanço tecnológico e não moral da nossa sociedade. “É pena eu não ser burro, não sofria tanto”, dizia ele. “Toca Raul”.

Talvez para não mais ver, ele tentou “emburrecer-se”, fugindo sem esperanças de um mundo cheio de conflitos e contradições.

Vivemos num mundo onde surgem ranços de extrema-direita neonazistas, que acham normal literalmente “assar” os inimigos de seus interesses, os estorvos sociais para eles, os que não pensam igual.

Tráfico de armas, de pessoas, golpes diversos seguem avançando na direção do que dizia minha avó: “é preciso que existam os bobos para os espertos viverem”  e aí é bem isso. “Como vovó já dizia, quem não tem colírio usa óculos escuros”. Por que ninguém mesmo quer ver de verdade ou achar de verdade a saída do *labirinto.

Mestres e confusos, reis e multidões andam pelo mundo sem rumo, sem direção, sem nem mesmo querer pensar na contradição.

Ao mesmo tempo que filantropos de corajosa ação, ajudam nas tragédias coletivas, a outra parte está preocupada em desafogar os estoques de armas modernas numa guerra geopolítica, movimentando o mercado da morte e da destruição, para depois “reconstruir em paz”.

Ucrânia ou Petrópolis? Qual a diferença dos urubus? A nacionalidade? A babilônia?

Eu que não sou santo nem burro, com a benção da aura renovadora de alguns dias de pausa, reencontro sem fuga nem alienação, sempre o mesmo mundo. Sem a hipocrisia dos falsos cristos me pergunto desde sempre, “somos os fantasmas do futuro”? E essa curta existência?

Olhando o mar aprendo com sua grandeza. Como podem as criaturas crer que o caos gerou essa maravilhosa ordem?

Deus é bom, o tempo todo e Nele eu confio.

Divulgação Sabe Caxias:

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