Fabiano Dallazen abriu Semana Municipal do Meio Ambiente falando sobre desenvolvimento sustentável
Hoje, a responsabilidade da empresa vai além dos seus portões. A afirmação é do diretor Jurídico e de Relações Institucionais da Aegea Saneamento, Fabiano Dallazen, que palestrou na RA (reunião-almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) desta segunda-feira (2), evento que marcou oficialmente o início da Semana Municipal do Meio Ambiente em Caxias do Sul. Diante de uma plateia atenta de lideranças empresariais e públicas, Dallazen defendeu que práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) devem estar no centro das estratégias corporativas, não apenas por consciência, mas como fator decisivo de competitividade no mercado atual.
Com o tema “Desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável”, Dallazen abordou como as empresas podem alinhar suas operações às boas práticas ambientais, sociais e de governança, transformando responsabilidades em oportunidades. Segundo ele, incorporar a sustentabilidade à cultura empresarial é imperativo para a sobrevivência dos negócios a longo prazo e representa uma vantagem cada vez mais valorizada pelo mercado, especialmente pelo setor financeiro.
“Hoje, a responsabilidade da empresa precisa acompanhar todo o ciclo do produto ou serviço, mitigando riscos ambientais e fortalecendo sua reputação. Isso impacta diretamente a capacidade de obter crédito e atrair investimentos”, afirmou Dallazen em entrevista coletiva. O executivo destacou que o mercado financeiro, antes alheio ao tema, hoje prioriza projetos que demonstrem compromisso com o meio ambiente, com a inclusão social e com a integridade nas relações com o Poder Público.
Durante a apresentação, Dallazen exemplificou ações concretas da Aegea, como a recuperação ambiental da Baía de Guanabara, investimentos em balneabilidade no Rio de Janeiro, projetos de saneamento em comunidades ribeirinhas na Amazônia e medidas emergenciais adotadas no Rio Grande do Sul após as enchentes de maio de 2024. A Aegea, que atua em 15 estados e em mais de 800 municípios brasileiros, tem se destacado por captar recursos via e sustainability-linked bonds, atrelados a metas sociais e ambientais.
Ao abrir o evento, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, ressaltou a importância de refletir sobre o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação, mas também dedicou parte de seu discurso ao cenário econômico brasileiro. Criticando a recente declaração do presidente Lula — “Economizar para quê?” — Loro alertou para os riscos do descontrole fiscal, do aumento do IOF e da crescente carga tributária, que, segundo ele, penaliza a sociedade e compromete investimentos em infraestrutura, tecnologia e geração de empregos.
“O Brasil precisa recuperar sua capacidade de poupança interna, reduzir o custo Brasil, melhorar a performance das estatais e eliminar castas privilegiadas. Somente com responsabilidade fiscal será possível garantir um ambiente econômico favorável e sustentável para todos”, afirmou Loro.
O presidente da CIC também manifestou preocupação com a proposta de aumento do salário mínimo regional pelo governo estadual, classificando o índice de 8% como descolado da realidade econômica atual e potencialmente prejudicial à competitividade gaúcha.
O evento contou com a presença do prefeito Adiló Didomenico, do secretário municipal do Meio Ambiente, Ronaldo Boniatti, da vereadora Marisol Santos, representando o Legislativo caxiense, e do prefeito de São Marcos, Volmir Rech.

Fabiano Dallazen, diretor Jurídico e de Relações Institucionais da Aegea Saneamento, que palestrou na RA CIC Caxias desta segunda-feira (2)
Créditos: Júlio Soares/Objetiva