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Caxias do Sul, 23 de julho de 2025.
Exmo. Sr.
Geraldo Alckmin
Vice-Presidente da República do Brasil
Prezado Senhor
A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias),
entidade centenária que representa um dos maiores polos industriais do
Brasil, e os Sindicados Econômicos que subscrevem este manifesto
externam sua profunda preocupação com a escalada de tensões comerciais
entre Brasil e Estados Unidos, diante da previsão de aumento das tarifas
sobre exportações brasileiras a partir de 1o de agosto.
Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria, o Rio
Grande do Sul figura entre os estados mais penalizados, com perdas
potenciais estimadas em R$ 1,9 bilhão no PIB e cerca de 22 mil empregos
extintos. Esses números não são meras projeções, mas representam
impactos concretos sobre cadeias produtivas e vidas.
Em Caxias do Sul, onde o perfil exportador é estruturante e abrange setores
como metalmecânico, móveis, plásticos e equipamentos industriais, o
prejuízo pode atingir até um quarto das exportações locais. As
consequências são diretas: retração no nível de empregos, queda na
arrecadação pública, desestímulo a investimentos e enfraquecimento da
competitividade de empresas que há décadas contribuem para o saldo da
balança comercial brasileira.
O cenário é crítico. E o silêncio institucional do governo federal, aliado à
paralisia nas ações diplomáticas, compromete ainda mais as possibilidades
de contenção do problema. Disputas ideológicas têm desviado o foco da
política externa do Brasil, enquanto pontes comerciais estratégicas estão
sendo desfeitas diante de nossos olhos.
A CIC Caxias e os Sindicatos Econômicos conclamam o governo brasileiro a
assumir sua responsabilidade com firmeza e racionalidade. Da mesma
forma, apelam aos Poderes da República que, com serenidade e,
principalmente, celeridade, atuem alinhados na defesa dos interesses do
País. É urgente retomar a diplomacia com base em critérios técnicos, isenta
de disputas político-partidárias, e sustentada em argumentos econômicos
que demonstrem a relevância da parceria comercial com os Estados Unidos.
Como representantes legítimos do setor empresarial da Serra Gaúcha, não
podemos silenciar diante de tamanha ameaça. A história julgará os que se
omitirem.
O momento exige protagonismo das lideranças públicas e clareza na
condução das estratégias nacionais de comércio exterior. O mínimo que se
espera agora é que o País defenda os seus.