Escritora Tadiane Tronca lança obra não ficcional sobre o patrimônio histórico-cultural de Caxias do Sul
O livro reúne estudos realizados pela autora nas últimas cinco décadas
Após a publicação do romance ficcional “A casa do navio pintado” em junho deste ano, a escritora Tadiane Tronca anuncia o lançamento de um segundo livro, ainda em 2022. “As casas de ontem: vida e morte do patrimônio histórico-cultural de Caxias do Sul – 1975 a 2022” é o resultado do aprimoramento e atualização da pesquisa científica realizada pela autora, há uma década, para obtenção do título de Bacharel em Direito. O novo título será apresentado aos leitores durante o XIX Colóquio no Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, com convidados e aberto ao público, que ocorrerá na quarta-feira, dia 17 de agosto, às 19h30min, no Arquivo, realizado em parceria com a instituição.
A obra aborda a trajetória da sociedade caxiense em relação à proteção do seu patrimônio histórico-cultural edificado nas últimas cinco décadas, com destaque para a atuação do Poder Público Municipal nesse trabalho coletivo. O conteúdo reúne aspectos teóricos sobre cultura e memória, a análise da legislação constitucional e infraconstitucional brasileira sobre o tema, as políticas públicas desenvolvidas, além dos principais instrumentos jurídicos locais em prol da preservação deste patrimônio, no período compreendido entre 1975 a 2022.
Mesmo sendo uma ficcional e outra não ficcional, as duas publicações da caxiense neste ano possuem relações comuns entre si. Além dos elementos históricos que inspiram uma e embasam a outra, ambas integram o projeto “Ficção e Realidade – A memória num encontro de dois mundos”, financiado pelo Pró-Cultura do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (Lei 13.490/2010) e com patrocínio da Alternativa Gravações Serigráficas Ltda.
“O romance, ao abordar símbolos de prosperidade e também de derrocada dos personagens da trama, como por exemplo, a casa de um dos principais personagens e outros bens culturais que integram o seu mundo ficcional, está criando, na verdade, exemplos fictícios daquilo que, 100 anos depois, vem a ser objeto da pesquisa do segundo livro”, explica a autora.
O novo título elenca, de forma geral, os bens que sobreviveram e os que foram perdidos, bem como relembra as principais conquistas na área cultural no período que a pesquisa abrange. Inclusive, Tadiane traz à tona os casos mais emblemáticos vividos pelos caxienses, como a luta pela preservação da Cantina Antunes, do antigo Hospital Carbone, da Estação Férrea, do Cine Teatro Ópera e da Maesa. A autora também apresenta na publicação cerca de 70 imagens pertencentes ao acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, conteúdo iconográfico que foi ampliado devido ao apoio concedido pela instituição.
A pesquisa, que se originou com o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Tadiane, produzido em 2011, teve o seu volume quintuplicado com a atualização que ela fez de maio de 2021 a julho de 2022. O processo se deu com intensa pesquisa bibliográfica e de campo. Para o resultado final, Tadiane consultou centenas de jornais publicados no período, documentos públicos, autos de processos judiciais que envolveram bens abordados, além de coletar inúmeros depoimentos orais e contar com a colaboração de muitas pessoas ainda envolvidas neste processo, tanto servidores públicos municipais quanto atuantes na esfera privada.
“Além de fazer um registro histórico, tornando-se importante e inédita fonte de pesquisa, a publicação dos meus estudos traz uma singela contribuição para que se avance cada vez mais na tarefa de tutelar os bens histórico-culturais de interesse comum, aos quais os cidadãos e cidadãs têm direito, oportunizando a reflexão sobre ações passadas e do tempo presente, com o intuito de perseguir atitudes acertadas que beneficiarão as atuais gerações e às gerações futuras no que diz respeito à proteção de seus direitos”, destaca Tadiane, que faz questão de mencionar as inúmeras contribuições recebidas durante a execução deste trabalho.
O texto de apresentação da obra ficou a cargo do historiador, artista plástico e poeta Juventino Dal Bó. Nas palavras do prefaciador, este “é um livro necessário, pois registra o trabalho de centenas de pessoas – funcionários públicos ou não – que se dedicaram tenazmente para que as ideias de preservação tivessem concretude e repercussão, cuja visibilidade teria sucumbido sob os escombros das muitas casas que não puderam ser salvas.”
Os exemplares de “As casas de ontem: vida e morte do patrimônio histórico-cultural de Caxias do Sul – 1975 a 2022” estarão à venda no dia do lançamento e pelo site da editora Bestiário (https://www.bestiario.com.br/
Divulgação Sabe Caxias:
SOBRE A AUTORA
Natural de Caxias do Sul (RS), Tadiane Tronca foi premiada no Concurso Anual Literário de Caxias do Sul – Categoria Obra Literária, em 1994, e finalista do Prêmio Açorianos de Literatura na categoria Autor Revelação, em 1995, com a obra literária “Vapor Drina”. Em 2010, publicou o romance “Script”. Em 2015, em coautoria, lançou o livro “O Segredo dos Baús”, uma bem-humorada história sobre as memórias da imigração na região, destinado ao público pré-adolescente. Foi Secretária Municipal da Cultura de Caxias do Sul de 1997 a 2004. Neste ano, publicou o romance “A casa do navio pintado”, que narra o convívio entre brasileiros natos e estrangeiros no início do século passado e os reflexos dessas relações na cultura de Caxias do Sul.
SERVIÇO
– O que: lançamento do livro “As casas de ontem: vida e morte do patrimônio histórico-cultural de Caxias do Sul – 1975 a 2022” da escritora Tadiane Tronca
– Quando: na quarta-feira (17/08), a partir das 19h30min
– Onde: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami (Avenida Júlio de Castilhos, nº 318 – Bairro Nossa Senhora de Lourdes – Caxias do Sul)
