O tempo voa rebelde e com chuva por Moah Sousa – jornalista e produtor cultural

Um aguaceiro de inverno cai sobre o território gaúcho e desperta lembranças

Moah Sousa – jornalista e produtor cultural

Então, produtor da banda Júlio Reny & Expresso Oriente, lá pelos anos de 1986, recordo dum show numa feira ruralista em Novo Hamburgo, no Vale do Rio dos Sinos, município pertencente à Região Metropolitana de Porto Alegre, a Capital dos gaúchos de todas os cantos.

No evento, a apresentação principal estava selada pro nosso ídolo Jorge Ben e seus parceiros da banda Zé Pretinho. A Expresso faria a abertura dos trabalhos musicais.

Bueno, com Jimi Joe na guitarra, Carlo Pianta no baixo, Carlos Magno na batera, Claudinho Garcia na percussão, Vasco Piva no sopro, Vinicius no teclado e o Júlio no comando, os caras ocuparam o palco e arrebentaram todos os espelhos do narcisismo.

No camarim, os Zés do Jorge, todos negros, todos de branco, todos dizendo que “esses gaúchos são todos doidos”. O Jorge apertou minha mão carinhosamente e disse: “mano, que bela fuzarca”.

No caixa, a moça de olhos verdes repassou a grana do cachê e avisou: “ô patrão falou pra vcs voltarem por aqui no ano que vem”. Coisas dos shows e coisas da carreira da vida artística dos cabeças estragadas.

Anos depois, o compositor de “Chove chuva, chove sem parar”, mudou a grafia do nome para Jorge Ben Jorg . E a Expresso & Oriente, sem nenhum fanatismo numérico ou religioso, seguiu tocando e a figurar nas mais belas páginas da história da música gaúcha.

Divulgação Sabe Caxias:

 

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