Germano Rigotto prevê dificuldades na aprovação da reforma tributária

Ex-governador palestrou na reunião-almoço da CIC sobre os desafios políticos e econômicos do País para 2020

O ex-governador Germano Rigotto, que preside o Instituto Reformar de Estudos Políticos e Tributários, foi o palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) nesta segunda-feira (2), data em que a entidade abriu o calendário semanal do evento às segundas-feiras. Rigotto falou sobre as reformas que devem entrar na pauta do Congresso Nacional e sobre os desafios políticos e econômicos do País para 2020.

De acordo com o ex-governador, depois da aprovação da reforma da Previdência, “que foi importante”, a reforma administrativa deverá ser a próxima a passar pelo Congresso Nacional. “A reforma administrativa e as aquelas propostas que mexem com o pacto federativo deverão acontecer este ano. Mesmo sendo um ano eleitoral, algumas reformas vão avançar”, analisou. Em sua opinião, se o governo tiver uma articulação política melhor com o Congresso, ficará mais fácil aprovar estas reformas.

Germano Rigotto acredita que o Congresso Nacional sabe que estas reformas têm que acontecer, independentemente de quem está no governo e de erros de articulação do governo. “São reformas que obrigatoriamente acontecendo, vão fazer com que o País tenha um crescimento mais sustentável e duradouro ao longo dos próximos anos”, completou.

Esta mesma facilidade, porém, não deverá se repetir no caso da reforma tributária. “Vejo um pouco mais de dificuldade na reforma tributária, pois existe uma divisão dentro do Congresso e uma falta de protagonismo do Executivo, que ainda não disse oficialmente que reforma pretende”, observou.

Como deputado federal por três mandatos, Rigotto presidiu a Comissão de Reforma Tributária da Câmara Federal. “Lutei tanto pela reforma tributária e fui presidente da comissão que chegou mais perto de ter a proposta de reforma aprovada pelo Congresso Nacional”, relembrou. Por conhecer o assunto em profundidade, ele entende que precisa ser uma reforma que desonere a produção e simplifique a arrecadação. “Tem que atacar o problema deste sistema tributário irracional que nós temos, com essa quantidade de tributos que recaem sobre o consumo e penalizam o pequeno. Este sistema é totalmente injusto, muito regressivo e, ao mesmo tempo, inviabiliza um crescimento maior, porque tira a competitividade do Brasil, daquele que quer exportar ou quer competir com o produto que vem de fora”, acrescentou Germano Rigotto.

Quase ao final da palestra, Germano Rigotto falou sobre os principais problemas enfrentados pelo País, como a fragmentação e a polarização política, o desequilíbrio fiscal, o desemprego, a desigualdade crescente e a produtividade estagnada. No entanto, bons indicadores e questões positivas apontam para uma retomada do desenvolvimento. Segundo o ex-governador, o Brasil possui vantagens que tornam possível construir uma nova plataforma para o crescimento futuro. “O Brasil precisa voltar ao jogo através de reformas”, ponderou.

Fotos: Severino Schiavo/Fotobjetiva

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