“Os seres humanos estão interligados por fios invisíveis, conectando elementos como memória, ancestralidade. Construo a minha obra de maneira em que as tramas do tricô propõem uma complexidade distinta: cada fio representa um indivíduo; cada nó, um ponto de encontro de histórias e saberes”, define a artista têxtil Sandra Anselmi sobre a Exposição Natureza Tecida, que faz parte da programação do Projeto Portas para a Arte da Fundação Bienal do Mercosul  e que estará visível aos olhos do público também na Casa Anselmi, em Farroupilha, até o dia 1º de junho. A casa ancestral, que data de 1934, se mostra como o cenário perfeito para abrigar a Exposição.

Desde os jardins, passando pela porta de entrada e percorrendo as escadarias dos três andares, por aqui e por ali, pelos vãos, em cada cantinho, o tricô percorre troncos de árvores e imita cogumelos em grande escala, como uma espécie de ‘invasão’ de território, ao mesmo tempo em que cria um espaço de contemplação, acolhimento e regeneração. O tricô tece os corrimões, sustenta vigas, espalha-se pelas paredes e pelos tetos, em uma grande instalação aconchegante, quentinha, natural. Sandra Anselmi é a Diretora Criativa e Designer da Anselmi e artista têxtil autodidata, que vem expandindo os limites do meio têxtil.

Suas obras são desenvolvidas a partir de técnicas artesanais, combinadas com tecnologia 3D, utilizando apenas resíduos de fios que seriam descartados. A abertura oficial, ao final de abril, terá a participação da diretoria da Bienal do Mercosul que experimentará a cultura da região com as delícias gastronômicas produzidas pelo grupo das “Milanesas”, formado por mulheres da localidade de Nova Milano, em Farroupilha, berço da Imigração Italiana. A partir do dia 28 de abril, as portas serão abertas ao público em geral, que poderá conhecer a paisagem minimamente descrita acima e descortinar seus detalhes. Aos finais de semana, durante a Bienal, a casa ficará aberta das 10h às 17h e as visitas são por agendamento, sempre de modo gratuito.